Não consigo pôr em palavras aquilo que sinto quando penso no 25 de Abril. Por mais que tente não consigo explicar a dimensão que esta data tem para mim.
Tive a felicidade de nascer num país livre e sem fronteiras, mas aqueles que me deram a vida conheceram a amargura da ditadura. Tenho muito orgulho em ser portuguesa. Tenho um orgulho imenso neste meu povo que teve a coragem de fazer frente aos seus medos e fazer uma revolução, uma revolução de flores, porque o que se queria, mais do que tudo, não era conquistar nada pela força, o que se pretendia era uma mudança profunda, uma mudança de mentalidades.
Gostaria de agradecer a todos os homens e mulheres que não se limitaram a sofrer calados e tiveram a coragem de lutar por uma vida melhor, para si mesmos e para as gerações futuras. Não só àqueles cujos os rostos aparecem sempre nos meios de comunicação social, nesta data, mas a todos os rostos anónimos que permitiram que eu nascesse uma pessoa livre, que tivesse a liberdade de pensar, de me reunir com os meus amigos, a liberdade de emitir as minhas próprias opiniões, a liberdade de fazer as minhas escolhas e a liberdade de sonhar. A todos, muito obrigada.
Temo, temo que a minha geração e as mais jovens não tenham a mesma coragem. Temo que a memória deste dia se perca e que com ela as pessoas percam a consciência do que é ser livre, da responsabilidade que temos para com esta liberdade tão duramente conseguida.
Continuo a sonhar com "em cada esquina um amigo/ em cada rosto igualdade".
Imagem retirada de http://www.radioaltoave.pt/sitio/images/stories/25abril2008/25abril-thumb.jpg
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