Hoje, Dia Mundial da Poesia e Dia Mundial da Árvore, deixo-vos com um poema de um autor que muito estimo. De As Mãos e Os Frutos:
Hoje deitei-me ao lado da minha solidão.
O seu corpo perfeito, linha a linha,
derramava-se no meu, e eu sentia
nele o pulsar do próprio coração.
Moreno, era a forma das pedras e das luas.
Dentro de mim alguma coisa ardia:
a brancura das palavras maduras
ou o medo de perder quem me perdia.
Hoje deitei-me ao lado da minha solidão
e longamente bebi os horizontes.
E longamente fiquei até sentir
o meu sangue jorrar nas próprias fontes.
Eugénio de Andrade
1 comentário:
Belo poema...
Gosto bastante da escrita de Eugénio de Andrade...
Enviar um comentário